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quarta-feira, 25 de março de 2015

Lição 12 - Não Cobiçarás



Lição 12

22 de Março de 2015

Não Cobiçarás


TEXTO ÁUREO
"De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste." (At 20.33)

VERDADE PRÁTICA
A cobiça é a raiz da qual surge todo pecado contra o próximo, tanto em pensamento como na prática.

LEITURA DIÁRIA
Segunda – Gn 3.6 A queda do homem começou com a cobiça daquilo que não era seu.
Terça – Pv 6.25 A beleza é também uma porta para a entrada da cobiça
Quarta – Mt 5.28 A cobiça é um pecado que gera outros tipos de pecado
Quinta – Rm 7.7 O apóstolo Paulo mencionou a cobiça como fonte da concupiscência
Sexta – 1 Co 10.6 O cristão deve aprender a lição dos israelitas no deserto sobre a cobiça
Sábado – Tg 1.14,15 Ninguém é suficientemente forte para brincar com o pecado e sair ileso longe de mexericos

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 20.17; 1 Reis 21.1-5,9,10,15,16

OBJETIVO GERAL
Apresentar a sutileza do último mandamento do Decálogo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Tratar a abrangência e objetivo do último mandamento.
Mostrar o real significado da cobiça.
Ressaltar as consequências nefastas da cobiça mediante o exemplo da vinha de Nabote.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Todo ser humano tem desejos e vontades, e não existe nenhum mal nisso. O que o décimo mandamento proíbe é a ambição, o desejo ardente de possuir ou conseguir a todo custo o que pertence ao próximo. Tomemos como exemplo o rei Acabe. Ele poderia ter a terra que desejasse, mas tomado pela cobiça, desejou o vinhedo do seu próximo e não mediu esforços para conseguir. Cometeu abuso de poder, mentiu, inventou um plano sórdido e fez com que um homem inocente perdesse a vida. A cobiça é o resultado da maldade humana.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
O décimo mandamento envolve atos e sentimentos. O sétimo mandamento   proíbe o adultério, e aqui Deus proíbe o desejo de adulterar. O Senhor Jesus foi direto ao ponto: "qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela" (Mt 5.28). O último mandamento protege o ser humano de ambições erradas. A cobiça infecta pobres e ricos nas suas mais diversas formas.

I. O DÉCIMO MANDAMENTO
1. Abrangência. O tema diz respeito à proibição da concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos e da soberba da vida (Gn 3.6; 1 Jo 2.16). Isso envolve muitos tipos de pecado como sensualidade, luxúria, busca desenfreada por possessões ilícitas, obsessão pelo poder, ostentação esnobe e orgulho. Esse mal continua no gênero humano desde a sua queda até a atualidade.
2. Objetivo. O propósito divino é estabelecer limites à vontade humana, para que haja respeito mútuo entre as pessoas e seus bens. Muitos outros vícios acompanham a cobiça, como lascívia, concupiscência, inveja e avareza, entre outros (Gl 5.20,21; Tg 4.2). Não pode haver paz num contexto como esse. É necessário que cada pessoa se controle para viver uma vida virtuosa, e isso é fundamental na construção de uma sociedade justa e feliz. Melhor é o que domina seu espírito do que o que toma uma cidade (Pv 16.32). Nós levamos vantagem por termos Jesus e o Espírito Santo (Gl 2.20; 5.5).
3. Contexto. Há algumas variações entre os dois textos (Êx 20.17; Dt 5.21). A ordem das cláusulas está invertida. Em Deuteronômio, aparece um sinônimo do verbo "cobiçar" e acrescenta-se a palavra "campo". Isso mostra que o formato de Êxodo está adaptado ao estilo nômade de vida de Israel no deserto, ao passo que Deuteronômio é o modelo para o país prestes a ser estabelecido na terra de Canaã.
4. Esclarecimento. Os católicos romanos e os luteranos dividem em dois o décimo mandamento: "Não cobiçarás a casa do teu próximo", um; e "Não cobiçarás a mulher do teu próximo" (Êx 20.17), dois. Enquanto essas sentenças são lidas como mandamentos distintos, eles consideram "Não terás outros deuses [...]" e "Não farás para ti imagem de escultura [...]" como um único mandamento. Na soma permanecem os dez mandamentos. Ambos mantiveram a tradição catequética medieval desde Agostinho de Hipona. Nós seguimos o sistema das igrejas reformadas, que vem dos judeus e é anterior a tudo isso (cf. Flávio Josefo. História dos Hebreus. Edição CPAD, pp.165-66).

PONTO CENTRAL
É pecado o desejo ardente de possuir ou conseguir alguma coisa que pertence ao próximo.

SÍNTESE DO TÓPICO I
A finalidade do décimo mandamento é erradicar o desejo perverso de querer o que é do próximo.

II. COBIÇA
1. Significado. O verbo hebraico hamad indica o ato de desejar aquilo que é gerado pela emoção, que começa com a impressão visual pela coisa ou pessoa desejada. Tudo isso se resume a "desejar, tentar adquirir, almejar, cobiçar". O termo é usado para "encontrar prazer em" (Is 1.29; 53.2). Hamad aparece duas vezes aqui no décimo mandamento (Êx 20.17). A Septuaginta traduz pelo verbo epithymeo, literalmente, "fixar desejo sobre"; de epi, "sobre", e thymos, "paixão, ira". O termo em ambas as línguas pode se referir a coisa boa ou coisa má, dependendo do contexto (Mt 5.28; 13.17).
2. Cobiçar. Desejar o que pertence a outro é o pecado que o décimo mandamento condena. O Novo Testamento menciona esse último mandamento do Decálogo (Rm 7.7; 13.9). Trata-se de cobiçar a casa do outro, a mulher do próximo e em seguida o mandamento inclui servo e serva, boi e jumento, e termina com as palavras "nem coisa alguma do teu próximo". A cobiça é o desejo excessivo de possuir aquilo que pertence ao outro. A descrição deixa claro que não se trata de simplesmente almejar uma casa ou um boi, mas de desejos incontroláveis de possuir a casa e o boi que já tem dono, e isso por meio ilícito (At 20.33; 1 Co 10.6; Tg 4.2). É o mesmo que roubar (Mq 2.2).
3. O texto paralelo. Como ficou dito antes, o décimo mandamento em Deuteronômio não segue rigorosamente o registro de Êxodo. Mas isso não altera o sentido da mensagem. O segundo verbo empregado para "cobiçar" é awah, que significa "desejar ardentemente, ansiar, almejar, cobiçar". Aparece ao lado de hamad (Gn 3.6) e, como termo alternativo, em "não cobiçarás a mulher do teu próximo" (Dt 5.21). A Septuaginta traduz os dois verbos igualmente por epithymeo.

SÍNTESE DO TÓPICO II
A cobiça é o desejo excessivo de possuir aquilo que pertence ao outro.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, explique aos alunos que "Deus proíbe a cobiça de todo tipo quando fala da casa do vizinho, de sua esposa, servo, boi, jumento ou de qualquer coisa que lhe pertença (Êx 20.17). O Novo Testamento declara que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5) ou adoração a deuses e posses, e a condena junto com outros pecados. O Senhor Jesus viu cobiça no jovem rico quando lhe citou os seis mandamentos da segunda tábua da lei, e então o desafio ao décimo mandamento ao ordenar que ele vendesse tudo que tinha e desse o dinheiro aos pobres" (Dicionário Wycliffe, CPAD, p. 428).


III. A VINHA DE NABOTE
1. Proposta recusada. O relato bíblico do confisco criminoso da vinha de Nabote é um dos mais chocantes da Bíblia e serve como amostra do que a cobiça é capaz de fazer. A vinha de Nabote era uma propriedade vizinha ao palácio do rei Acabe, em Samaria. O rei apresentou uma proposta de compra ou troca aparentemente justa. Mas Nabote recusou a oferta do rei: "Guarde-me o SENHOR de que eu te dê a herança de meus pais" (vv. 1-3). Havia nessa recusa uma questão familiar, cultural e religiosa. A propriedade era um bem sagrado que não se transferia definitivamente para outra família (Lv 25.23-25; Nm 36.7).
2. O direito de propriedade. O rei ficou "desgostoso e indignado [...] deitou-se na sua cama, e voltou o rosto, e não comeu pão" (v. 4). O rei Acabe adoeceu, pois a cobiça por algo que não lhe pertencia o havia dominado. A Bíblia diz que a medida da impiedade de Acabe se completou quando ele se casou com Jezabel, uma princesa fenícia de origem pagã, devota de Baal. Ela era filha de Etbaal, rei de Sidom (1 Rs 16.29-32). Jezabel não respeitava o sagrado direito de propriedade estabelecido por Deus na lei de Moisés. Ela não hesitou em elaborar um plano criminoso para condenar Nabote à morte e confiscar sua vinha (vv.9,10).
3. O pecado de Acabe e Jezabel. O plano de Jezabel funcionou com a conivência do marido. Envolveu a elite da sociedade e a corte palaciana, o que por si só mostra que a sociedade de Samaria estava completamente dominada, pois o texto menciona "anciãos e nobres" corrompendo falsas testemunhas (1 Rs 21.8-10). A acusação foi a seguinte: "Blasfemaste contra Deus e contra o rei" (v.10). Agora, Nabote devia ser "legalmente" apedrejado até a morte por ter se recusado a negociar sua propriedade com o rei. As duas testemunhas davam consistência legal ao processo (Lv 24.10-16; Dt 17.6).
4. O casal não contava com uma testemunha verdadeira. Estava tudo acabado e benfeito social e juridicamente. Ao saber da notícia, Acabe ficou curado de sua enfermidade e foi tomar posse da vinha de Nabote (vv. 15, 16). Eles violaram o sexto mandamento, "não matarás"; o oitavo, "não furtarás"; o nono, "não dirás falso testemunho contra o teu próximo"; e o décimo, "não cobiçarás" (Dt 5.17, 19-21). Isso sem contar os três primeiros mandamentos que já vinham violando, com sua idolatria, desde o princípio. Mas Acabe e Jezabel não contavam com uma testemunha que sabia de tudo e tinha autoridade para se vingar dessas barbaridades (1 Rs 21.17-19).

SÍNTESE DO TÓPICO III
O episódio da vinha de Nabote nos mostra quão terrível é a cobiça e quais são suas consequências


CONCLUSÃO
O triste episódio de Acabe se repete ao longo da história. Que Deus nos livre de todas essas maldades. A lei não proíbe o desejo em si, mas o desejo daquilo que pertence a outro. Não é pecado desejar bens e conforto, as coisas boas de que necessitamos na vida. Na verdade, viver é desejar. Desejar uma casa é mais natural do que respirar, mas para isso é necessário trabalhar e fazer economias até conseguir a realização do seu desejo com ajuda de Deus.

PARA REFLETIR

Sobre o décimo mandamento:

Qual a diferença entre cobiçar e desejar?
A cobiça é o desejo excessivo de possuir aquilo que pertence ao outro. Não se trata de simplesmente almejar uma casa ou um boi, mas de desejos incontroláveis de possuir a casa e o boi que já têm dono, e isso por meio ilícito. É o mesmo que roubar.

Você acha normal o que aconteceu com a vinha de Nabote?
Explique que Acabe usou do seu poder como rei de forma errada, além de tramar um plano sórdido para tirar a vida de um homem. As atitudes de Acabe revelam seu caráter doentio.

O que você sentiria se tivesse a sua propriedade tomada?
Resposta livre. Explique que a lei de Deus, e a brasileira, protegem o direito de propriedade.

Você já participou de uma artimanha para legitimar uma injustiça?
Deixe seus alunos à vontade para responder a tal pergunta. Se alguém se manifestar, oriente-o a nunca fazer tal maldade.

Você já cobiçou o que pertence ao outro?
Peça que os alunos sejam sinceros.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61, p.41.
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